quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Pai Querido

Lembrando o que minha alma já viveu ... o passado tem formas, espaços e tempo,que estão em nossas vidas como bagagens irrecusável.
O passado está marcado em mim como tatuagem, meu consolo é saber, que aquele era meu mundo. Visivel, palpável e real.
Nos achados da minha infância, lembro com ternura que era muito apegada ao meu pai, talvez por ser a mais velhas dos meu oitos irmãos.  Minha infância foi sofrida e vida do meu pai, mais sofrida ainda.
Meu pai conseguiu  rabiscar seu nome, eu tinha sete anos, quando fui pra escola aprender e passar a ele meus conhecimento do alfabeto, era uma oportunidade sonhada por ele, escrever seu nome.

Lembro do meu pai trabalhando noite e dia, sábados e domingos, lutando pra nos criar sem tempo pra descançar. Eu, em minha inocência, achava que aquele heroi valente, não iria envelhecer nunca.
O tempo foi passando e a doença chegando sua energia acabando, calado não reclamava de nada.
Seu olhar vago denunciava em seu semblante triste todo o sofrimento.

Na minha juventude ainda em devaneios,  sinto que não fiz o bastante, poderia ter sido mais afetuosa, menos sonhadora, mais realista, lidar melhor com as frustraçoes e os desencantos da vida ... Ah ! seu eu pudesse recusar estas lembranças e voltar, pederia mil perdões para meu querido pai.
Quando jovem fui muito intensa, inquieta, temperamental, não herdei o DNA dele, que era uma pessoa bondosa, generosa, de uma simplicidade única.
Hoje percebo com mais clareza a grandiosidade de sua alma.

Porém.buscar o passado nem sempre significa, ir buscar lágrimas sentidas e passagens obscuras curtidas...  nem tudo foi drama regado a lágrimas. Lembro de momentos de puro encantamento que estão registrados em lembranças vividas com meu pai. Meu primeiro guarda-chuva com florzinhas rosa aos seis anos. Meu primeiro emprego aos quatorze anos. O primeiro filme, ( Cine \Moka quando ainda existia) nos meus quinze anos.  Minha primeira bicicleta aos dezenove anos. Meu primeiro namorado sério (Vadico) e minhas tardes dançantes aos domingos.

Nas águas do passado, o fascínio e o sofrimento de toda a vivência o que ficou lá atrás me fortaleze.
Afinal o futuro me esperava com explosões de sentimentos mais apurados.
Obrigado pai por ter contribuído com meu lado bom, com minha força e por minha vida. 

 Aut Maria Sidral Del Moro em tributo a Domingos Sidral

Um comentário:

marilena voluntaria disse...

Maria minha amiga ... que saudades me deu neste instantes...
que imagem..
recordações...
conhecendo voces , sua familia... teu pai , tua mãe na simplicidade dela...
no amor que teu pai tinha pelos filhos, mesmo não sabendo expressar com gestos ...
amiga que saudades...
não vivo do passado o futuro pertence a DEUS , e o presente é hoje mas...
é recordando o passado que podemos fazer uma avaliação de nossas vidas... e ver o quanto amadurecemos... quanto deixamos de fazer.. mas tambem quanto fizemos...
mas amiga ,voltando aos nossos momentos juntas , passado ... que saudades... beijos

Nossa vida feita de escolhas

Em nossas escolhas o pior que pode acontecer é nada  Porque somos responsável pelos critérios das escolhas  Somos responsável pela vida que ...